"Continuo a mesma Cora de sempre, prefiro ser considerada rude, irônica, a viver com máscaras"

Coragoiana

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SCHWANTES, Norberto. Uma Cruz em Terra Nova – 1989 – São Paulo – Editora Moderna

EM

UMA CRUZ EM TERRA NOVA

NORBERTO SCHWANTES

Conta sua própria história de colonizador da região de Agua Boa, Canarana e Terra Nova. Norberto acreditava e desafiava o povo e o governo a acreditarem no potencial de Mato Grosso. A opinião da maioria era que o grande espaço de Mato Grosso estava reservado para jagunços, animais selvagens e latifundiários, onde pastavam algumas cabeças de gado sem dono.

Gaucho de Carazinho , RS, filho de agricultor(imigrante alemão) que sempre conviveu com dificuldades financeiras. Ainda adolescente foi para o seminário, onde estudou muito e tornou-se pastor luterano na cidade de Tenente Portela. Nesta época acontecia a fase da ditadura militar, repressão política e tortura eram normais e, Norberto, meio ao sofrimento do povo, procurava soluções para as famílias frente ao sistema sócio-político-econômico em decadência. Através de intercâmbios com a Alemanha, conseguiu financiamento para adquirir terras em Mato Grosso. Os projetos CONAGRO – COOPERCOL nomearam Norberto para acompanhar as famílias colonizadoras. Na região não havia nada. Estradas foram abertas a machado, serrotes facões. No início residiram em barracas de lona. O escoamento da produção de lavouras, também foi um grande problema para os agricultores.

Mais tarde, ingressou-se na política, candidato a uma vaga no Congresso Nacional. Como não tinha a mínima idéia do que era uma campanha política, muitas vezes quase desistiu, mas como era muito teimoso foi em frente. Fez campanha ao lado de José de Arimatéia, o qual era muito tranqüilo, e isso deixava Norberto desanimado com a política. Norberto saiu pelo PMDB, pois, os companheiros do PDT haviam esquecido dele. Muito solidário e sinceros em suas amizades Norberto sofreu muito com esta desconsideração. Norberto acreditava no governo democrático e participativo e fazia sua parte para que isso acontecesse. Não gostava da prepotência e o gauchismo que comandavam Canarana e Água Boa.

Em janeiro de 83, depois de exames num hospital de São Paulo, recebeu o diagnóstico que tinha contraído melanoma, o pior câncer de todos os outros, e, este já tinha tomado todo o corpo de Norberto.

Norberto ainda ocupou uma cadeira na Constituinte e participou da reforma da Constituição, quando elaboraram a Constituição Cidadã de 88, conforme era seu sonho, porém não realizou o maior que era assinar a Carta Magna. Morreu em 17 de setembro de 1988. Norberto era um apaixonado por povo e política.

Resumo redigido por: Coraci Machado

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